sábado, 12 de julho de 2014

PREFÁCIO-MEMÓRIAS DE UM PARAFUSO


MEMÓRIAS DE UM PARAFUSO-JOSÉ DE RIBAMAR ELVAS RIBEIRO
Prefácio por Élcia Liana Cutrim

                                       PREFÁCIO
Falar de Memórias, a um primeiro olhar, pode parecer tarefa
fácil, tendo em vista que a vida é feita de lembranças e que, a base
para um bom futuro, são as reflexões sobre o passado. Contudo, falar
das Memórias de um Parafuso é falar sobre os registros de uma época
mágica da rádio maranhense e refletir sobre informações pertinentes
sobre a história do Brasil em diversas nuances: política, cultural, esportiva,
jornalística.
As Memórias de Elvas Ribeiro entrelaçam-se a própria história
da radiofonia maranhense e brasileira: os primeiros programas, a evolução
dos equipamentos, os desafios, os comerciais, as dificuldades, o
improviso, a luta, o aprendizado. Páginas que marcaram a trajetória,
no início discreta; hoje moderna, da comunicação no estado.
Em 1923 o governo cria, no Rio de Janeiro, uma estação de rádio
que transmitia programas informativos, musicais e literários. Roquette
Pinto funda a Rádio Sociedade na capital fluminense, um pontapé
para o surgimento de outras estações de rádio, entre elas a rádio do
Maranhão.
Passam-se os anos e outras importantes estações de rádio surgem
e consolidam-se no país, como a rádio Tupi, a Rádio Nacional,
a Rádio Globo e a nossa Rádio Timbira; reforçando o papel imprescindível
da comunicação radiofônica: informação acima de tudo (os
radiojornais), além de entretenimento (o início da fase áurea dos programas
de auditório, quando despontam cantoras como Emilinha Borba
e Marlene e sua histórica rivalidade), as radionovelas, as primeiras
transmissões via satélite, o som estéreo, enfim, uma caminhada longa
do rudimentar à globalização.
O Maranhão, com a Rádio Timbira, evoluiu na comunicação
radiofônica tornando-se uma grande cadeia de informação da época,
passando por momentos gloriosos e difíceis. Neste contexto, as memórias
de nosso Parafuso resgatam esse período de altos e baixos da
radiofonia rememorando “causos” pitorescos, episódios hilários, desavenças,
personalidades ilustres e marcantes, lembranças de uma
época significativa no estado, mais precisamente da “Ilha Rebelde”;
pois como afirmou Assis Chateaubriand “ só o real é contraditório”.
Com uma linguagem leve, objetiva e bem à moda maranhense,
Elvas Ribeiro narra suas memórias e presenteia-nos com relatos essenciais
para a compreensão e análise de como se iniciou e se desenvolveu
a comunicação da rádio no Brasil e no Maranhão. Das mudanças
políticas, das transmissões esportivas, dos programas culturais e
também da longa jornada de sua própria vida: dos estudos primários
ao primeiro emprego; das descobertas ao aprendizado; das experiências
que só a vida, ou melhor, o “mundo vasto”, às vezes sem rima,
faz-nos amadurecer.
Assim, As Mémorias de um Parafuso são PARA todos. Todos
nós. Leitores, estudantes, profissionais da comunicação, ou simplesmente
apreciadores de boas histórias que encantam, fascinam, surpreendem
e fixam-se em um FUSO, tanto na união permanente de relatos,
de peças, quanto de vidas.
Élcia Liana Cutrim de Jesus
(Licenciada em Letras e Especialista em
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira – UFMA)

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